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Licença menstrual, formação em saúde mental e workshops de bonsais. Como as empresas promovem um ambiente de trabalho saudável
Metade dos millennials e 75% da geração Z deixaram os seus postos de trabalho por questões de saúde mental
Dados do guia da FJN revelam que 1,39 milhões de portugueses em idade ativa sofrem de doença mental e que Portugal é o quarto país europeu onde se trabalham mais horas por semana (cerca de 41,7 horas semanais em comparação com as 40,9 horas por semana da média europeia). Os trabalhadores apresentam cada vez mais dificuldade em encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e outras esferas da sua vida, e ainda se estima que 298 horas de trabalho por ano — o equivalente a 12 dias — não apresentam os níveis de produtividade adequados.
Outra das conclusões do relatório é que cerca de 70% das pessoas com problemas de saúde mental recuperam totalmente nas empresas que reconhecem os sinais da falta de saúde mental, valorizam-nos e tomam medidas para contribuir para a sua melhoria.
Boas práticas
A Feedzai foi uma das empresas que já tomou medidas. Cientes dos números que dão conta que metade dos millennials e 75% da geração Z deixaram os seus postos de trabalho por questões de saúde mental e ainda que, em todo o mundo, 176 milhões de mulheres sofrem de endometriose — que resulta em dores menstruais incapacitantes — avançou com a licença mental e menstrual. O unicórnio está a dar aos mais de 600 colaboradores um dia por mês, sem corte de salário, que podem usufruir caso estejam a debater-se com questões de saúde mental, menstruais ou menopausa.
“Dois tópicos tabu, que não são falados, mas devem sê-lo, porque são coisas perfeitamente normais que acontecem às pessoas”, explicou, na altura, Dalia Turner, vp ofpeople da Feedzai à Pessoas. “Estamos a proporcionar aos nossos colaboradores um dia por mês, caso tenham quaisquer sintomas ligados a questões de saúde mental, menstruação ou menopausa, que estejam a impactar o seu trabalho.”
“Os colaboradores não têm em nenhum momento de informar qual o motivo pelo qual vão tirar o dia, nem de apresentar uma justificação médica. Não têm de pedir, têm de nos informar que vão tirar o dia. É uma aprovação automática”, detalhou a responsável de RH.
Já a Farfetch tem apostado na formação em “Mental Health Awareness” para os managers, que visa ensinar os managers a identificar situações de doença mental e outras situações de desgaste emocional e físico no trabalho. O objetivo é dar aos líderes as ferramentas necessárias para saberem como direcionar os membros da sua equipa para os cuidados profissionais apropriados.
Além disso, desde 2018 que a empresa do setor da moda dispõe do Programa Boomerang, um programa de licença paga até oito semanas para colaboradores com cinco anos de ‘casa’. Esta é “uma oportunidade que reconhece o compromisso a longo prazo e o contributo dos colaboradores ao longo dos anos”, considera a Farfetch. “Este programa pode ser utilizado à medida do colaborador, seja para desenvolver um interesse pessoal, fazer voluntariado ou para usufruir de umas férias mais longas.”
Sob o mote “You are not alone”, a Critical TechWorks, esteve a promover workshops para cuidados com bonsais, sessões de massagens e de alongamentos, bem como espetáculos de stand upcomedy junto dos seus colaboradores. Ao longo do mês de outubro, mês dedicado à saúde mental, os mais de 1.900 colaboradores da joint-venture entre a Critical Software e o BMW Group participaram em várias atividades que pretenderam valorizar momentos de relaxamento e criação artística, assim como a atividade física.
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